Parte2: SÍRIA, ENTRE A TIRANIA E O TERRORISMO
- Maura Palumbo
- 27 de mar.
- 2 min de leitura

Com o passar do tempo, a presença dos alauítas no governo se fortaleceu no exército e na política, gerando insatisfação dos 70% da população muçulmana sunita, que sentindo-se prejudicada organizou-se contra o governo de Bashar al-Assad. As tensões pioraram com o advento da Primavera Árabe.
A Primavera Árabe foi uma série de manifestações populares, de inúmeros países árabes, do norte da África e do Oriente Médio incluindo a Síria, ocorridas em 2011.

Os protestos denunciavam abuso de poder político, repressão, insatisfação popular, perda de direitos, corrupção e pobreza. Em particular na Síria, os rebeldes exigiam a renúncia do presidente Bashar al-Assad, que, ameaçado, autorizou uma ação violenta e letal.
Os sírios estavam dispostos a enfrentarem o governo e se organizaram em grupos armados, formados por civis e militares desertores, de diferentes partes do país, culminando em uma guerra civil. A Síria se tornou um terreno fértil para propagação do terror.
Em 2013, aproveitando o cenário de instabilidade, o grupo sunita radical Estado Islâmico se alia a grupos rebeldes sírios sunitas e jihadistas (extremistas que lutam para defender a fé do islamismo) e se fortalece a ponto de se autoproclamar um califado.
Califado

O califado é um sistema de governo muçulmano onde o líder denominado califa é considerado um herdeiro do profeta Maomé, com poderes políticos e religiosos, de forma absoluta e radical. É uma espécie de reino baseado na lei islâmica, a Sharia.
A interpretação da Sharia por grupos ultrarradicais, como o Estado Islâmico, promove uma doutrina ortodoxa, rígida e conservadora. Os opositores à ideologia extremista do grupo são penalizados com torturas, decapitações, mutilações, estupros, sequestros e mortes.
Seus principais inimigos são: os xiitas, os cristãos, os curdos e todas as comunidades religiosas que não professam a fé islâmica de acordo com suas diretrizes. Não esquecendo que o ocidente é o grande inimigo de todos os grupos terroristas muçulmanos.
A partir de 2011, a guerra civil na Síria foi alimentada por uma explosão de violência crescente, convertida em um complexo "todos contra todos" entre governo, rebeldes, radicais islâmicos e potências estrangeiras, como: Irã, Arábia Saudita, Reino Unido, França, Israel, EUA e Rússia.

Em 2017 o Estado Islâmico sofreu várias derrotas e seu “califado” deixa de ocupar as vastas áreas que controlava na Síria e no Iraque. Em 2019, as forças curdo-árabes apoiadas pelos Estados Unidos conquistaram o último território controlado pela organização extremista.
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