Direitos humanos e o mundo islâmico
- Maura Palumbo
- 19 de jul. de 2024
- 6 min de leitura
O HOMEM MULÇUMANO

O papel do homem muçulmano é determinado por uma combinação de princípios islâmicos e valores morais que incluem direitos, deveres e restrições em várias esferas da vida. As responsabilidades do homem muçulmano são delineadas por princípios islâmicos e éticos que visam promover a harmonia e o bem-estar tanto no âmbito familiar quanto na sociedade em geral.
Relação sociocultural
Direitos: Amplo acesso a educação e ao conhecimento, permitindo seu crescimento pessoal e profissional, bem como ao trabalho e à participação na vida econômica, garantindo o sustento de sua família. Além disso, ele tem o direito de participar ativamente na vida social e política, respeitando os preceitos islâmicos e contribuindo para o bem-estar da comunidade.
Deveres: É dever do homem ser provedor e protetor, garantindo o sustento financeiro da família, assegurando a proteção e segurança de todos os membros, além de prover educação formal e religiosa para os filhos e guiá-los nos princípios islâmicos e na prática religiosa diária. Ele deve demonstrar um comportamento ético e moral exemplar, tratar a esposa e os filhos com respeito, amor e equidade, e atuar como mediador em conflitos familiares, promovendo a harmonia e a paz dentro de casa.
Interação social: O homem muçulmano deve ser um líder na comunidade, promovendo o bem-estar coletivo e a harmonia social, respeitando as diferenças culturais e religiosas para fomentar a convivência pacífica e a tolerância. Ele deve também engajar-se na vida cívica e política, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade.
Conduta familiar: O homem muçulmano deve demonstrar um comportamento ético e moral exemplar, tratando a esposa e os filhos com respeito, amor e equidade. Além disso, ele deve atuar como mediador em conflitos familiares, promovendo a harmonia e a paz dentro de casa. É de responsabilidade do homem prover a educação formal e religiosa dos filhos, guiando-os nos princípios islâmicos e na prática religiosa diária. Ele deve assegurar que os filhos recebam uma educação de qualidade, que inclua tanto conhecimentos acadêmicos quanto ensinamentos sobre a fé e os valores islâmicos, promovendo assim seu desenvolvimento pessoal, espiritual e moral.
A MULHER MULÇUMANA

A posição da mulher muçulmana varia significativamente entre os países islâmicos, mas geralmente ela é submetida a uma série de direitos e deveres específicos. Na maioria dos países muçulmanos, as mulheres têm o direito de votar e de serem eleitas para cargos públicos, embora a sua participação política seja muitas vezes limitada. Em alguns países, como a Arábia Saudita, as mulheres só recentemente conquistaram o direito de dirigir e de participar mais ativamente da vida pública.
Relação sociocultural
Direitos: Em vários países muçulmanos, as mulheres têm direitos legais no casamento, divórcio, e herança, embora frequentemente em menor proporção do que os homens. Em lugares como a Tunísia e o Marrocos, houve reformas legais para melhorar os direitos das mulheres.
Deveres: As mulheres possuem um código de vestimenta específico. O véu é um símbolo cultural, religioso e de identidade para as mulheres muçulmanas. O seu uso varia de acordo com o tempo e o contexto social. Algumas mulheres muçulmanas podem escolher usar ou não o véu. No entanto, o uso do véu é motivo de controvérsia, tanto no mundo Ocidental como no mundo Oriental. A vestimenta é citada no Alcorão, o livro sagrado do islamismo. Além disso, Maomé, o profeta mais importante da religião, teria pedido a suas esposas que usassem o véu. Nesse caso, ele serviria como forma de diferenciação de suas esposas em relação às demais, demonstrando seu status. Muitas pessoas "profundamente religiosas" acreditam que usar o véu precisa ser uma escolha e deixa de ser religião quando é obrigatório. Algumas das vestimentas mais comuns incluem:
Hijab: Véu que cobre o cabelo e o pescoço. Mulheres de países como Egito, Iraque, Tunísia e Turquia usam o hijad.

Niqab: Véu que cobre todo o rosto, exceto os olhos. Mulheres da Arábia Saudita e Paquistão aderem esse tipo de véu.

Burca: Vestimenta que cobre todo o corpo, inclusive o rosto, com uma grade de tecido sobre os olhos para permitir a visão. É usada por mulheres muçulmanas em alguns países islâmicos, como o Afeganistão e algumas regiões do Paquistão. O uso da burca pode ser opcional, mas em alguns países, como o Irã, é obrigatório.

Interação Social: Em muitos países muçulmanos, as interações sociais entre homens e mulheres são limitadas. Muitas vezes, as mulheres frequentam lugares públicos em horários específicos e podem ser acompanhadas por membros masculinos da família.
Restrições sociais: Em muitos países, as mulheres enfrentam restrições significativas na sua liberdade de movimento e na participação em determinadas atividades públicas. A presença das mulheres em locais públicos pode ser restrita, dependendo das normas culturais e religiosas. Em alguns países, há áreas segregadas para homens e mulheres em espaços como restaurantes e transportes públicos. O acesso à educação e ao mercado de trabalho pode ser limitado por normas culturais e legais.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES

As crianças e adolescentes no mundo islâmico são criados dentro dos princípios do Islã, que influenciam profundamente suas vidas e obrigações.
Meninas

Direitos: As meninas têm direito à educação, embora em alguns países muçulmanos possam enfrentar barreiras culturais e sociais que limitam seu acesso. Em algumas regiões, o casamento infantil ainda é uma prática comum.
Deveres: Desde cedo, as meninas são ensinadas a seguir as normas de comportamento e vestimenta islâmicas. Elas começam a usar o hijab quando alcançam a puberdade.
Inserção na Religião: As meninas participam de atividades religiosas desde pequenas, aprendendo a recitar o Alcorão e a realizar as orações diárias.
Meninos

Direitos: Os meninos também têm direito à educação e são frequentemente incentivados a prosseguir estudos religiosos.
Deveres: Desde jovens, os meninos são ensinados a serem provedores e protetores da família. Eles são instruídos nos deveres religiosos e na prática das orações.
Inserção na Religião: Os meninos geralmente participam de escolas religiosas (madrassas) onde aprendem o Alcorão e outras disciplinas islâmicas.
FAMÍLIA

No Islã, a família tem um papel central e é considerada a base da sociedade e seguem um padrão patriarcal conservador.
O pai é visto como o chefe da família, responsável pelo sustento e proteção de todos os membros e tem o dever de garantir a educação religiosa e moral dos filhos.
Já a mãe desempenha um papel crucial na educação e criação dos filhos, sendo a principal responsável pelo cuidado diário e pela transmissão dos valores religiosos.
Os filhos devem respeitar e obedecer aos pais, além de participar ativamente das práticas religiosas.
Em caso de separação, a guarda dos filhos geralmente segue as orientações da Sharia. Normalmente, as crianças pequenas ficam com a mãe até uma certa idade (geralmente 7 anos para os meninos e 9 anos para as meninas), após a qual a guarda pode ser transferida para o pai, considerando-se o melhor interesse da criança.
IDOSOS

Os idosos são geralmente respeitados nas sociedades islâmicas, refletindo a ênfase do Islã em honrar e cuidar dos pais e dos mais velhos. No entanto, o tratamento dos idosos pode variar dependendo do contexto econômico e social de cada país.
Respeito e Cuidados:
Respeito: Em muitas culturas islâmicas, os idosos são vistos como fontes de sabedoria e são tratados com grande respeito. A família tem um papel central no cuidado dos idosos, e eles são frequentemente integrados na vida familiar.
Desafios: Em algumas regiões, especialmente onde há maior urbanização e mudanças nas estruturas familiares, os idosos podem enfrentar desafios como a falta de cuidados adequados e a solidão.
HOMOSSEXUALISMO

A homossexualidade é amplamente reprimida no mundo islâmico. Comparada ao adultério, é considerada um crime chamado hadd e pode ser punida com pena de morte nos casos mais graves, ou com açoitamento. A repressão contra membros da comunidade LGBTQIA+ é maior no mundo islâmico do que nas sociedades de tradição cristã, budista, hindu, confuciana ou judaica. Em países como Irã, Arábia Saudita, Sudão e Iêmen, a pena de morte é uma punição contemplada para atos homossexuais. A vida para pessoas LGBTQIA+ nestes países pode ser extremamente perigosa, com muitos vivendo em segredo para evitar a perseguição e a violência.
NEGROS

A situação dos negros nos países islâmicos varia de acordo com a região e o contexto histórico. Em alguns países, especialmente naqueles que foram centros históricos do comércio de escravos, os negros ainda podem enfrentar discriminação racial. No entanto, o Islã, em seus ensinamentos, promove a igualdade racial.
Condições e Desafios:
Direitos: Em princípio, os negros muçulmanos têm os mesmos direitos religiosos que qualquer outro muçulmano. A religião Islâmica prega a igualdade entre todos os fiéis.
Desafios: Apesar dos ensinamentos islâmicos de igualdade, práticas culturais e sociais podem perpetuar a discriminação. Em algumas sociedades, os negros enfrentam barreiras econômicas e sociais significativas.
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

A situação das pessoas com deficiência nos países islâmicos está mudando gradualmente, com um aumento na conscientização sobre os direitos e a inclusão dessas pessoas. No entanto, ainda existem muitos desafios a serem enfrentados.
Todavia, durante décadas, os cegos possuíam uma posição de destaque importante. Tradicionalmente, os almuadenes, ou seja, os servidores da mesquita que chamavam a população muçulmana à oração, eram cegos para evitar que olhassem para as mulheres nos seus pátios. Com o passar dos anos a função foi substituída por auto falantes.
Direitos e Inclusão:
Direitos: Alguns países islâmicos têm implementado leis para proteger os direitos das pessoas com deficiência e promover sua inclusão na sociedade. Por exemplo, alguns países possuem cotas para emprego de pessoas com deficiência.
Desafios: A infraestrutura e os serviços de apoio ainda são muitas vezes insuficientes. Barreiras arquitetônicas, falta de acesso a serviços de saúde e educação adequados e estigma social são problemas comuns que dificultam a plena inclusão das pessoas com deficiência.
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